Cuántas personas en la historia fueron diagnosticadas como esquizofrénicas cuando la realidad era más compleja…
Quantas pessoas na história foram diagnosticadas como esquizofrênicas quando a realidade era mais complexa…
Martin, quem és tu? Tudo o que sei é que marcaste a minha vida. Quando te conheci, pensei que eras louco, que sofrias da pior das doenças mentais: a esquizofrenia. Eram esses os relatos e esse o diagnóstico, durante anos de incompreensão, de falta de empatia e de desinteresse por parte de um sistema psiquiátrico cruel e ainda longe de um humanismo redentor. Tudo era tratado com comprimidos ou injeções com efeitos fulminantes ou pior, com mais solidão, como se o isolamento curasse. Queriam apenas isolar-te do mundo para que não fosses um perigo, para que não incomodasses, para que não fizesses mais perguntas incómodas, para que não nos obrigasses a refletir sobre a tua terrível realidade, porque pediste explicações aos sábios e nenhum deles te respondeu.
Com o tempo, cheguei a pensar que era o mundo que estava louco e que tu eras o único são no meio de tantas incertezas. E à medida que te fui conhecendo, fui-me afeiçoando a ti. Primeiro como doente e depois como um ser humano que procura o seu caminho na turbulência. A nossa ligação ajudou-me a penetrar no teu interior, um mistério de contradições insondáveis que eu mal conseguia compreender. Depois, à medida que me aprofundava em ti, entrei em pânico, esse medo que precede sempre as grandes mudanças no âmago das pessoas. Muitas das minhas intuições refletiram-se no teu rosto, nas tuas palavras, nos teus atos, e tudo isso me aproximou da verdade.
Como é bela a humildade e foi assim que me senti quando descobri a tua história, um relato de sofrimento e dor, mas ao mesmo tempo libertador. Quando sabemos, crescemos, e quando crescemos, a nossa responsabilidade aumenta, tanto para conosco como para com os outros. É a mão do destino a bater à porta da nossa própria história.
Os anos passaram, estou mais velho, um dia, não muito longe, serei aquele que terá de dar explicações sobre a minha existência e, hoje, ainda me pergunto: ….
Martin… quem és tu?
*******
Martín, ¿quién eres? Solo sé que marcaste mi vida. Cuando te conocí, creí que estabas loco, aquejado de la peor de las enfermedades mentales: la esquizofrenia. Esos eran los informes y ese era el diagnóstico, durante años de incomprensión, por falta de empatía y de interés por parte de un sistema psiquiátrico cruel y aún alejado de un humanismo redentor. Todo se trataba con pastillas o con inyecciones de efectos fulminantes o peor, con más soledad, como si el aislamiento te fuese a curar. Solo querían apartarte del mundo para que no fueses un peligro, para que no molestases, para que no hicieses más preguntas incómodas, para que no nos obligases a reflexionar sobre tu terrible realidad, porque tú pedías explicaciones a los sabios y ninguno te respondía.
Con el tiempo llegué a pensar que era el mundo el que estaba loco y que tú eras el único cuerdo entre tantas incertezas. Y al conocerte, te cogí cariño. Primero como paciente y luego, como ser humano que busca su camino entre turbulencias. Nuestra conexión me sirvió para penetrar en tu interior, un misterio de insondables contradicciones que apenas lograba entender. Después, al profundizar en ti, entré en pánico, ese miedo que siempre precede a los grandes cambios en el núcleo de las personas. Muchas de mis intuiciones se vieron reflejadas en tu rostro, en tus palabras, en tus actos y todo eso, me aproximó a la verdad.
Qué bella es la humildad y así me sentí yo al descubrir tu historia, un relato de sufrimiento y dolor, pero al mismo tiempo, liberador. Y es que cuando conocemos, crecemos y cuando crecemos, aumenta nuestra responsabilidad, tanto con nosotros mismos como con los demás. Es la mano del destino llamando a la puerta de tu propia historia.
Han pasado los años, soy más viejo, un día no muy lejano seré yo el que habrá de dar explicaciones sobre mi existencia y a día de hoy, aún me pregunto…
Martín… ¿quién eres?
…continuará…